A maquete como recurso didático interativo

A maquete é um recurso didático, participativo e inclusivo. Mas essa afirmação quase que unânime na educação, faz sentido? Em um artigo interessante disponível na web, publicado no 10º Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia o ENPEG, realizado em Porto Alegre no ano de 2009, com o titulo: APLICAÇÃO DIDÁTICA PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA FÍSICA ATRAVÉS DA CONSTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MAQUETES INTERATIVAS. Dos autores Rose Mari Durigan Luz e Sandro José Briski. Faz considerações relevantes sobre a maquete como instrumento pedagógico:

Os motivos para a escolha de maquetes como instrumento pedagógico podem ser variados, mas deve-se ressaltar que a visualização da Geografia de forma concreta através das maquetes desenvolve no aluno a capacidade de observar, pensar, interpretar a realidade física da Terra, com toda a sua dinâmica interna e externa, de tal maneira que, de acordo com seu nível, possa produzir conhecimento. A utilização de maquetes pode permitir ao educando, ao fazer uma análise geográfica, interpretar o relevo, descrever suas formas, entender o porquê dessas formas, bem como a transformação no decorrer do tempo, entendendo os problemas e as dinâmicas sociais e relacionar tudo isso com a sua realidade.

As maquetes também possibilitam a visualização do objeto a ser estudado em terceira dimensão, permitindo a introdução de diferentes dados e informações, e assim partindo do concreto pode-se chegar a um nível de abstração suficiente para a interpretação de mapas e cartas hipsométricas (foto). Sem esquecer que elas promovem também a interdisciplinaridade, pois os professores ao trabalhar com maquetes podem explorar diferentes conteúdos da Geografia e relacioná-los com outras disciplinas.

Escala Vertical: 1:80.000 / Escala Horizontal: 1:410.000
Mapa Hipsométrico e os principais rios projetado em modelo 3D da Bacia do Rio das Velhas – MG – Por Maquetes Ambientais

Acredito que o ensino da Geografia esta intimamente relacionado ao contato visual e ao nível de abstração do aluno. O fato de ser uma atividade que pode ser facilmente desenvolvida em grupo; Possibilita aos alunos, as noções básicas de cartografia e topografia, trabalho em equipe, desenvolvimento das habilidades manuais e a sua própria criatividade. Outra consideração importante é a possibilidade de “leitura” cartográfica por meio das mãos que a maquete proporciona pra deficientes visuais, denominada por Geografia Tátil eu ainda acrescento Geografia Inclusiva. Permite o ensino de conceitos básico para a interpretação de mapas como escala e orientação geográfica.

Outras considerações dos autores citados acima que pontua sobre sua aplicação no ensino médio e fundamental ressalvam a relevância que a maquete enquanto recurso pedagógico oferece:

O ensino dos aspectos geográficos naturais permite a identificação das paisagens nas relações de tempo, entre a sociedade e a natureza. Analisar uma paisagem através das maquetes permite investigar as dinâmicas das suas transformações, para entender e aprender a diferenciar um sistema que se encontra em transformação constante. Para ensinar a Geografia partindo do concreto para chegar ao abstrato, devemos partir de um conceito-chave, noções sobre fenômenos, e uma explicação básica sobre a transformação física do espaço, desde o seu processo evolutivo, o que torna as maquetes um instrumento ideal para atingir esse objetivo.

Para ensinar a Geografia física no ensino médio e no ensino fundamental, é necessário entender o funcionamento do todo, sem deixar de lado o mecanismo de cada elemento (ao estudar a crosta terrestre, por exemplo, é preciso conhecer a interferência do manto e núcleo, e a influência da atmosfera) e também relacionar com a Geografia Humana (mostrando a interferência do homem e a transformação local e global que ele realiza no ambiente). Ao visualizar ou interpretar um mapa, a sua leitura tem que ir além da observação de um simples espaço, o aluno tem que perceber que a realidade de cada sociedade, (problemas políticos, sociais, culturais e econômicos) e as ações individuais que interferem no ambiente.

Sobre o artigo acima os autores ainda propõe o desenvolvimento da atividade em sala de aula, lá eles disponibilizam a lista de materiais, metodologia e caderno de apoio. Clique aqui para acessar o artigo e baixar o arquivo.

Quanto a utilização dos modelos reduzidos, basta observar a ampla utilização de maquetes em shopping’s e parques. São maquetes para os mais diversos segmentos, seja dos imobiliários e engenharia até meio ambiente. Sem falar dos mais diversos protótipos aplicados da medicina a indústria automotiva.

Portanto a utilização de maquete é mais que uma aplicação pedagógica de grande importância, trata-se de uma atividade/ferramenta lúdica, criativa e inclusiva.

Referência artigo: MARIGAN, Rose Mari;  BRISKI, Sandro José, APLICAÇÃO DIDÁTICA PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA FÍSICA ATRAVÉS DA CONSTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MAQUETES INTERATIVAS; Porto Alegre / RS, 2009.

3 comments

  1. Gostaria de um orçamento para uma maquete em uma mesa de jantar. Meu nome é Luiz, sou de Belo Horizonte-MG.

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